Patrimônios Imateriais de Belo Vale
Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte
Criada em 1920 com o nome de “Lyra Bello Vallense Santa Cecília” a Banda e Orquestra organizada e regida por José Afra de Mattos, o Juca de Mattos, é considerada a pioneira e mais completa Banda de Belo Vale. Juntou-se a ele o professor e violinista Eugênio Batista Gonçalves Sampaio e o pistonista Alfredo Quintiliano. Os ensaios eram realizados em uma casinha Branca, com fachada de três portas, localizada entre a linha férrea e o Rio Paraopeba, onde também funcionava o “Cine São Gonçalo”. A Banda de Música de Belo Vale já abrilhantou diversos momentos da história de nossa cidade: Inauguração de importantes Monumentos, estádios de futebol, instalação do Paço Municipal, Recepção das Freiras em Belo Vale e do belo-valense Padre José Luciano Jacques Penido para sua primeira missa após a sua ordenação em 1947. Nestes mais de um século de história, a Banda contou com grandes nomes, pessoas que não mediram esforços para que este importante Patrimônio não extinguisse.
No ano de 2020, a Prefeitura de Belo Vale, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e o Conselho do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Natural, registrou, por seu interesse histórico e cultural, como Bem de Natureza Imaterial do Município de Belo Vale, a Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale, através do Decreto de N° 415 de 2020. Preservar o Patrimônio Cultural, é valorizar a identidade de um povo. É a garantia de que as gerações futuras também possam desfrutar das belezas que hoje contemplamos e que também foram preservadas por nossos antepassados.
Associação Congado Nossa Senhora do Rosário de Vargem de Santana
Congada, congado ou congo, é uma expressão cultural e religiosa que envolve o canto, dança, teatro e espiritualidades cristã e de matriz africana. Nesta festa, se louva Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, lembrando da proteção que esses santos deram aos escravos negros. Em algumas congadas, se recorda a figura de Chico Rei e da luta entre cristãos e mouros. A congada é celebrada de norte a sul do Brasil. Não há um dia fixo, mas os meses de maio e outubro consagrados a Nossa Senhora, costumam ser escolhidos para a festa.
A Origem do Congado na Região de Vargem de Santana, Zona Rural de Belo Vale, segundo relatos de antigos congadeiros, foi através do Sr. José Alves, fundador de uma Guarda de Congo que funcionou aparentemente até meados de 1930. Nos anos de 1940, a família de Dona Idalina Novato, que viviam no lugarejo denominado Córrego Seco, comunidade próxima a Vargem de Santana, fundou o Congado de Nossa Senhora do Rosário e que anos mais tarde se tornaria a Associação Congado de Nossa Senhora do Rosário de Vargem de Santana. Hoje o Congado da Vargem de Santana conta com 55 membros ativos distribuídos entre: Capitania, Reinado e Diretoria. A Sede fica na comunidade de Vargem de Santana. O Mês das comemorações destas Guarda, é sempre no mês de outubro. A Associação Congado de Nossa Senhora de Vargem de Santana, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Vale dada através do Decreto de Nº 144/2016.
Associação Guarda de Moçambique Nossa Senhora Rosário de Belo Vale
Essa manifestação Cultural e Religiosa afro-brasileira, muito presente em vários municípios mineiros, trata-se de um festejo ritualístico que manifesta, simbolicamente, a vinda de Chico- Rei, que veio da região africana do Congo para a cidade de Vila Rica, e a conquista da liberdade. O rito faz referência a libertação dos africanos da escravidão imposta pelos portugueses desde o período colonial e faz menção também às formas de recriação cultural religiosa negra nas Américas. É um festejo que apresenta a coroação de Reis e rainhas, manifestando a sua vinculação africana com seus reinados, suas forças de resistência sua sabedoria étnica e ancestral.
O Fundador da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale foi o Sr. José de Lourdes dos Santos, conhecido como Sr. Lôdo. Ferroviário nascido e criado na cidade de Brumadinho -MG, Foi ele quem trouxe a prática do Congado de sua cidade natal para a cidade de Belo Vale, onde passou a residir a partir de 1950 quando foi transferido para o Ramal de Belo Vale pela Rede Ferroviária S.A. Em 1955, ele fundou a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, que hoje conta com cerca de 60 componentes distribuídos entre: Capitães, Reinados e Diretoria. A sede da Associação é a Capela de Nossa Senhora do Rosário situada no Bairro Vila Carijós. A Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário de Belo Vale recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Vale dada através do Decreto de Nº 144/2016.
Festa de Sant'Ana
A Tradicional Festa em honra a Santa Ana, avó materna de Jesus Cristo, é comemorada na comunidade de Santana do Paraopeba, Zona Rural de Belo Vale desde o século XVIII, quando a devoção e o culto a Santa Ana foram difundidos nesta região. A Festividade acontece, anualmente, entre os dias 25 e 26 de julho e atrai uma multidão de fiéis vindos de várias partes do estado de Minas Gerais.
A Festa de Sant’Ana foi reconhecida pelo município como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo vale através do decreto de Nº Decreto Municipal de Nº 947/2022 e Inscrição no “Livro de Lugares” em acordo com a Lei Municipal de Nº 1431/2016.
Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos
A Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos, Localizada na Zona Rural de Belo Vale, formou-se, há mais de cem anos, numa faixa territorial envolvida pelas trajetórias históricas de duas fazendas: Fazenda da Chácara e Fazenda Santa Cecília. As ruínas desta fazenda, que compõem o Sítio Arqueológico das Ruínas da Chacrinha dos Pretos, foram tombadas como Patrimônio Cultural Material de Belo Vale através do Decreto de Nº 1240/2011 e representam para a Comunidade local o início da formação do Quilombo. No ano de 2005, a Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos, foi certificada pela Fundação Cultural Palmares, como uma Comunidade Quilombola. Esta Certificação significou, a partir das definições contemporâneas sobre o conceito de Quilombo, que seus moradores têm compartilhado, ao longo do tempo, uma visão de origem comum que se encontra na base dos seus valores, das suas Práticas Culturais e de suas Noções Sobre Identidade e de sua Relação com seu Território.
A Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Vale através do Decreto de Nº 686/2021.